quinta-feira, 31 de julho de 2008

PALMEIRAS 1X0 FLAMENGO

O FLAMENGO NAS MÃOS DE VANDINHO
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A maior torcida do mundo está nas mãos de Vandinho. Até que surja algo novo – e tomara que não demore – a nossa situação é essa aí. A derrota de ontem mostrou que o Flamengo joga a mesma coisa há cinco jogos, exatamente igual. Se tomar gol, 1x0 pros caras, e se não tomar, 0x0. Agora, se tiver valendo gol com a mão, o placar pode ser qualquer um. Essa é a nossa atual sina, pois os três caras que seguravam a bola no ataque foram embora, em sequência. O Souza é muito ruim, mas o Obina é o Obina. Enquanto que o Renato Augusto e, principalmente, o Marcinho eram diferentes da maioria. Soma-se a isso o azar da eficiência do Kléberson, com alto aproveitamento de pontos e lesão após lesão. Mas isso é leite derramado.
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Voltando ao assunto que nos resta, o artilheiro da Ilha já provou que sabe pôr a esfera no retângulo, mas a camisa do Leão pesa 115 gramas e os adversários da Ressecada são CRB, Brasiliense, Barueri, Juventude... O cara pode ter uma puta personalidade, ou então uma absurda tranquilidade, sei lá. Pode dar certo no início. Mas também o sujeito pode ser, emocionalmente, um homo-sapiens normal, padrão. Aí, estaremos fudidos. Ou seja, no domingo saberemos do que Vandinho é feito. E a nossa vantagem é que se vier notícia boa, estaremos quase resolvidos. Mas se ele for um cidadão normal, a minha esperança ainda seguirá aguardando o Felipe, Vagner Love, Ronaldinho, Zico...

terça-feira, 29 de julho de 2008

FLAMENGO 0x0 BOTAFOGO

O ARTILHEIRO DO PRIMEIRO TEMPO
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Quando o Marcinho foi vendido, li na internet várias manifestações públicas de desdém em relação ao sucesso dele na Gávea. Muitos viam a perda da cria Renato Augusto como algo muito pior: “Foi embora o maluco, e que vá com Deus!”. Eu achei estranho. Os jogos que eu via eram bem diferentes daqueles analisados na rede. Nos meus, o Marcinho era indispensável. O sucesso do Flamengo, líder isolado, se dava, principalmente, ao tripé formado pela extensa muralha defensiva, dois meias de rara habilidade - Juan e Léo Moura, nessa ordem - e, pra fechar, o Artilheiro do Primeiro Tempo. O primeiro jogador que eu vi, na minha vida, que só jogava meia pelada. Acabava com o jogo antes do intervalo e depois ficava passeando pelo gramado até ser substituído. Saía, sempre, aplaudido – mesmo nas poucas vezes em que não meteu gol.
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Vamos às contas. O Marcinho foi vendido às vésperas do jogo contra o Coritiba, na 12ª rodada. Portanto, com ele no elenco, o Flamengo jogou 11 vezes no Brasileirão. Pois bem, o maluco foi titular nas 11 partidas e fez 7 gols. A média é excelente, mas ela não mostra o mais importante: 6 gols no 1º tempo e 1 gol aos 5 minutos do 2º. Na estréia sem torcida, jogo aparentemente fácil contra os reservas do Santos, o Marcinho fez 1x0 e tornou a brincadeira fácil de verdade. Contra o Inter, voltando do intervalo perdendo de 1x0, o Marcinho empatou aos 5 do 2º tempo, abrindo o caminho pra virada e impulsionando a massa rubro-negra, que vaiara até o placar eletrônico no 1º tempo. Contra o Figueirense, o doido começou os trabalhos aos 2 minutos da etapa inicial (e eu não vi, pois entrei atrasado). No intervalo, 4x0, com 3 do louco varrido.
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E, pra finalizar, o comentário do Mestre Martins, sobre a simbologia do gol do Marcinho, no início do jogo contra o Atlético, no Mineirão, quando ele foi lançado, partiu pra bola, bocejou, cortou o zagueiro, coçou a bunda, e bateu de esquerda – a perna ruim –, pra fazer 1x0 e sair andando, ajeitando as calças. O Marcinho faz 1x0 no Galo, no Mineirão, com 16 minutos de jogo, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. Parecia simples. Bem fácil até.
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Talvez tenha demorado um pouquinho, mas agora, depois de 2 gols com a mão em 4 jogos sem o Marcinho (e 2 pontos conquistados em 12 possíveis), tenho a impressão de que a gratidão ao doidinho está ficando do tamanho do que ele fez pelo Flamengo. Contra o Botafogo, a sua ausência foi, mais uma vez, doída. Quando o Flamengo joga mais, o time pressiona, encurrala e nada acontece. Eu quero saber qual jogador faz 6 gols em 11 tempos, com média superior a um gol por partida. Ou seja, o Marcinho apenas fazia aquilo que ninguém no Flamengo faz e, ainda por cima, no momento mais importante do jogo. Principalmente no Maracanã, onde todos os times brasileiros sabem que vale tudo, menos tomar gol logo no início e, assim, deixar a Massa Rubro-Negra entrar em campo. Ou, como disse o grandioso poeta Vanderlei Luxemburgo, no fim do ano passado, no Maracanã: “Só não pode deixar o monstro acordar!”. Pois é, venderam o nosso despertador.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

ESCLARECIMENTOS SOBRE O FLAMENGO NO MAIOR DO MUNDO

FLAMENGO 0X1 VITÓRIA
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Após a derrota de ontem, estão dizendo por aí que o Flamengo anda patinando no Maior do Mundo. Nessas horas de empolgação do arco-íris nacional, os fatos ajudam bastante pra acalmar os ânimos. Como diz Dadá, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa e, portanto, vamos separá-las.
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Em primeiro lugar, é claro que o nosso desempenho em casa está abaixo do que o Flamengo deseja, precisa e, muito mais importante, sempre faz e é capaz de sempre fazer. Ou seja, o nosso aproveitamento está muito aquém do nosso potencial.
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Outra coisa é arrotar que está faltando consistência ao Flamengo no Maracanã, nesse Brasileirão 2008. Abaixo, segue uma tabela comparando o retrospecto rubro-negro no Maraca (mandante e visitante neutro) com os desempenhos dos outros times, pra vermos se estamos realmente tão mal assim. (Sem entrar no pequeno detalhe da nossa módica média de público, acima dos 42 mil pagantes, enquanto o vice nesse quesito - o Grêmio - não chega a 28 mil.)
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Pode-se concluir que estamos abaixo de nós, mas ainda muito acima da mediocridade nacional.
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(E pra quem gosta de patinação, eu recomendo esperar a volta da temporada do 'Holiday On Ice', no Maracanazinho. Tenho um amigo tricolor que já viu várias vezes e adorou.)
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(CLIQUE PRA AMPLIAR)

quinta-feira, 17 de julho de 2008

quinta-feira, 10 de julho de 2008

LITERALMENTE

Puta-quiu-pariu, literalmente.
Só foi elogiar que a merda veio.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

VÃO OS RENATOS, FICAM OS CAMPEÕES

ATLÉTICO-MG X FLAMENGO
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Nas últimas semanas, a Gávea virou um depósito de notícia excelente. Há muito tempo, só coisa boa nos acontece. A última foi a venda do Renato Augusto, mesmo sendo a preço de banana ouro. É o segundo Renato que perdemos em duas temporadas, mas dessa vez a minha impressão é outra. Agora, o Flamengo terá meios financeiros (porque lábia ajuda, mas não paga conta) pra pagar o que deve pelo Bruno, Ibson, Marcinho (‘o artilheiro do campeonato’) e, principalmente, segurar o Juan, o gênio da bola. Além, é claro, de outros caras que não possuem tanto ‘mercado’ quanto o Renato ou o Juan, mas que despertam cobiça por onde passam, como o Léo Moura. E ainda tem a pequena vantagem de garantir salários em dia, o que, definitivamente, não é nada ruim.
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É claro que não é um assunto fácil, principalmente ao vermos o preço pago pelo serviço. Renato Augusto valer o mesmo que o Henrique é brincadeira. Essa é a diferença entre o Palmeiras e o Flamengo, entre alguém com dinheiro e outro desesperado. Em relação ao aspecto esportivo, se daqui a quatro anos o Renato Augusto for eleito pela FIFA o melhor jogador do mundo, provavelmente reclamaremos desse ridículo preço pelo qual ele foi vendido. Mas, sinceramente, quem tiver memória vai lembrar que foi essa venda que garantiu a permanência do fantástico elenco hexa campeão brasileiro.
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Hoje à noite, após a vitória no Mineirão, o Kleber Leite tem que telefonar pro Juan e perguntar pra ele: “Meu filho, o que você quer?” Se ele disser que é uma mansão no Caribe, o Flamengo compra. Se for uma Ferrari, o Flamengo dá, e se for treinar apenas em dias de sol, o Flamengo aceita. Porque craque se trata com carinho no rosto e dinheiro no bolso. Agora, se ele fizer manha e disser que só fica se derem pra ele a camisa 10 do Flamengo e do Zico (e, até ontem, do Renato Augusto), aí o Kleber terá a chance de construir um grandioso ídolo rubro-negro. Ao maior meia-armador do futebol brasileiro, eu desejo a camisa do maior craque do meu mundo.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

RECIFE É DOS FLAMENGOS


SPORT 1X2 FLAMENGO
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Desde 1630 que os flamengos incomodam Recife. De Maurício de Nassau a Obina, são quase 400 anos de sucessos nas terras alheias. A Ilha do Flamengo, fundada pelos holandeses, fica perto dali, mas o maior sucesso da história flamenga em Recife quem escreveu fomos nós. A Ilha do Retiro propõe uma fusão com a Ilha do Flamengo e todas as outras ilhotas da região, formando o maior arquipélago do mundo: serão 1987 ilhas, 6 títulos brasileiros (contando com 2008) e 3 Copas do Brasil, afinal, eles também têm que contribuir com alguma coisa.
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Lições da nossa Ilha:
(1) apesar de não parecer, o Sport perde, sim, na Ilha do Retiro; (2) o nível de Corinthians, Vasco, Botafogo, Inter, Palmeiras e Sport é bom pra competições pequenas; (3) times de Libertadores da América são um pouquinho diferentes de times de Copa do Brasil; (4) time que tem Kléberson no banco não perde pra time que Carlinhos Bala Perdida é titular; (5) o Caio Júnior é um cara diferente, e de novo mexe no time com rara competência ofensiva; (6) o Flamengo tem o melhor quarteto de zaga da história do futebol mundial; (7) o Ibson fica porque parte da torcida lhe deve um pedido de desculpas; (8) o Juan é o melhor meia-armador do futebol brasileiro; (9) o Juan é o melhor meia-esquerda das Américas; (10) o Juan é o melhor lateral-esquerdo do mundo; (11) Obina, meu Obina do coração, como no final de 2005, como no segundo semestre de 2006 e no início de 2007, seja bem-vindo de volta!
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Lições da rodada do campeonato brasileiro:
(1) o Cruzeiro e o Grêmio não são umas porcarias, mas também estão bem longe do elenco rubro-negro; (2) agora o nosso Luxemburgo vai ter que mostrar como é o Palmeiras sem Kléber nem Valdívia; (3) o Muricy gosta muito de falar bastante, mas, infelizmente, está demorando um pouco pra pegar; (4) e, além disso, ainda está empatando tanto quanto times rebaixados em 2003, 2006 e 2007, e quase rebaixados em 2004-05; (5) dos nossos 8 jogos de julho, só o último, contra o Parque Antártica, é digno de nota; (6) serão outras 6 vitórias no próximo mês e mais um belo tempo de liderança isolada; (7) São Pedro, assim como São Judas e São Jorge, também é rubro-negro.
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Lições dos pontos corridos:
(1) na 8ª rodada de 2007, o campeão São Paulo estava a míseros 3 pontos do líder; (2) na 8ª rodada de 2006, o campeão São Paulo estava a irrisórios 3 pontos do líder; (3) na 8ª rodada de 2005, o campeão Corinthians estava a ridículo 1 ponto do líder; (4) em 2004, o Santos estava na Libertadores até a 7ª rodada, e em 2003 o Cruzeiro já era o líder nessa fase do campeonato; (5) se esse pessoal – que continua dizendo que a competição é longa e que agora não se decide nada – não tomar uma atitude e começar a chegar na gente, uma hora dessas o certame acaba terminando e o Flamengo é hexa-campeão brasileiro.
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Lições da Eurocopa:
(1) depois da conquista do título espanhol, os torcedores campeões comemoravam na arquibancada e os alemães saíam do estádio cabisbaixos, quando se ouviu uma comemoração efusiva, longa, algum tempo depois do jogo acabar. De repente, no placar eletrônico, a confirmação: na Ilha, gol do Obina.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

BRASILEIRÃO 2007 - II

FLAMENGO NO BRASILEIRÃO 2007
Quem é quem no elenco rubro-negro?
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DESEMPENHO DO CRF POR JOGADORES
(Até a 37ª rodada - classificação pra Libertadores)
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CLIQUE NA TABELA ABAIXO PARA VER QUEM SÃO OS HERÓIS DA MASSA

BRASILEIRÃO 2007 - I

FLAMENGO NO BRASILEIRÃO 2007
Quem sustenta o Brasileirão?
(Ou, "Domingo, eu vou ao Maracanã...")
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Vejam os públicos totais por rodada do Brasileiro-2007. O público pagante total de cada rodada é basicamente determinado por 2 fatores: (i) se o Flamengo joga no Maracanã; e (ii) se o jogo é domingo. É mole?
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PÚBLICO PAGANTE POR RODADA
(Até a 36ª rodada)
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CLIQUE NA TABELA ABAIXO PARA VER O BAILE RUBRO-NEGRO

domingo, 15 de junho de 2008

AO MURICY, A PONTE AÉREA

FLAMENGO 2X4 SÃO PAULO
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Ontem, quando eu saí da estação do metrô no Maracanã e olhei pro Maior do Mundo, senti que o monstro tinha acordado. Quase 60 mil pessoas pra ver a festa do líder (e apenas 4.000 pagantes a menos do que no famoso 1x0 contra o mesmo São Paulo, no ano passado). Tudo certo, tudo combinado, só faltou acertar com os hômi. A comédia de erros não estava nos planos, mas, sinceramente, não sei o que é pior: perder pro São Paulo numa tarde dessas ou ouvir o Muricy dando entrevistas depois do jogo.
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A derrota rende alguns comentários, como o gol imbecil que o Flamengo tomou, logo após empatar e incendiar o jogo. Um deixa-que-eu-deixo coletivo, capitaneado pelo chefe Bruno: 7 contra 3 e o cara mete o gol?! Outro ponto interessante foi a arbitragem, de uma infelicidade impressionante, como será exemplificado a seguir. (E, como bem mostrou o Caio, o não-gol do Fábio Luciano, o não-vermelho do Jancarlos e a punição à "cera" do Cristian definiram o resultado.) No final do jogo, percebi que aquele não era o nosso dia, e simplesmente isso. Quando tudo dá errado pra gente, até o placar do Maracanã não consegue anotar os gols que a gente faz (e, pasmem!, o juiz valida!). Quando a equipe técnica da Suderj conseguiu pôr o 1x1 no placar eletrônico, o São Paulo desempatou. Assim, nem Obina salva.
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É sempre bom lembrar a velha e surrada máxima dos pontos corridos: o jogo de ontem vale a mesma coisa que o jogo contra o Ipatinga. Nem um ponto a mais, nem um ponto a menos. E, com 3 pontos nos 2 próximos jogos, fazemos 16 em 8, ou 67% de aproveitamento: coisa de campeão. Assim, ganhando no Ipatingão no próximo domingo, o que vier em Recife é lucro. Tenho a convicção de que a porrada foi forte, mas nada de grave aconteceu, até porque, o que será que o técnico são-paulino prefere? Ser líder ou ganhar do líder? Pela sua entrevista pós-jogo, ficou esta dúvida. Agüentar o tranco é fácil, difícil é ter que engolir tanta marra do cara, como se o campeonato estivesse voltando ao normal.
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Estamos na sexta rodada, em primeiro lugar, e com 72% de aproveitamento. Comparando com outras sextas rodadas dos Brasileiros por pontos corridos, estamos à frente do Cruzeiro em 2003 (era vice), Santos em 2004 (17º), Corinthians em 2005 (9º) e São Paulo em 2006 (5º) e 2007 (6º). Ou seja: todos os campeões. E isso é ruim? Não consigo entender um argumento desses, que vem daqueles que arrotam que liderança agora não vale nada. E são os mesmos que dizem que, em pontos corridos, todo jogo tem o mesmo peso, que é sempre final de campeonato. Decidam-se: não vale nada ou é final de campeonato?
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Perder em casa, no começo do Brasileirão, quando tínhamos a chance de acumular gordura, é péssimo, ainda mais pra um concorrente direto. Mesmo sendo um time que está muito mais fraco do que nos últimos dois anos, que passa a vergonha de jogar 90 minutos descendo o sarrafo e dando chutão pra todo o lado, inclusive pra área adversária (mas isso o Muricy não comenta). Esse jogo de ontem determina alguma coisa, como tenta transparecer o idiota paulistano? Ele trata essa vitória como uma quase-final, e afirma que partidas como essas são as fundamentais pro título. É bom ele saber que se não ganhar os outros jogos, será rebaixado. Claramente, não adianta nada ganhar do Flamengo e empatar com o Coritiba, em casa.
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Mas, frente aos fatos, a boca do Ramalho morre: vejam cinco exemplos de umas coisas que acontecem com campeões brasileiros, nas primeiras rodadas dos pontos corridos:
(1) 02/05/2004 – 4ª rodada: Santos 1x3 Cruzeiro;
(2) 23/05/2004 – 7ª rodada: Santos 0x4 Palmeiras;
(3) 08/05/2005 – 3ª rodada: Corinthians 1x5 São Paulo;
(4) 26/06/2005 – 9ª rodada: Corinthians 0x1 Fluminense;
(5) 10/06/2007 – 5ª rodada: São Paulo 0x1 Atlético-MG.
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(Tirando o Santos, que ainda estava na Libertadores, os outros dois paulistas só jogavam o Brasileiro, nessas partidas.)
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Será que após essa derrota pro Atlético Mineiro, no ano passado, o Muricy disse a mesma coisa? Ou ele tem outro tipo de discurso preparado pra esse tipo de situação?
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Ao Muricy, eu recomendo a ponte aérea, e o mais rápido possível.
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P.s.: abaixo, o olho biônico do primeiro bandeira, e os seus pontos de vista, no 1º tempo:
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O IMPEDIMENTO DO SOUZA, QUE SÓ ELE VIU
(O Cristian já tocou e o Souza tem condições.)
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O NOSSO GOL DE EMPATE, AOS 27 DO 1º TEMPO
(E o jogo seria outro...)
(I) JUAN TOCA NA BOLA E O XERIFE TÁ MAIS LEGAL QUE PADRE EM BLITZ
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(II) JUAN COMPLETA O PASSE E O FÁBIO LUCIANO CONTINUA NUMA BOA
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(III) A BOLA JÁ FOI E A BUNDA DO TRICOLETE AGACHADO NA BARREIRA DÁ CONDIÇÃO LEGAL AO LANCE

sábado, 14 de junho de 2008

SEREMOS CAMPEÕES?

POR QUE SEREMOS HEXA CAMPEÕES BRASILEIROS?
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O Flamengo manterá, nesse ano, a sua monótona hegemonia em campeonatos nacionais. Há 25 temporadas o Flamengo é o maior vencedor de títulos brasileiros, e quase sempre sozinho na liderança. Por alguns motivos continuaremos com essa marra: o Caio Júnior apresenta o seu trabalho e tem estrela (outra coisa: é bom lembrar do Cláudio Coutinho em 1980, Carpegiani em 1982, Carpegiani, Carlinhos, Cléber Camerino e Carlos Alberto Torres em 1983 e Carlinhos em 1987 e 1992), o elenco é infinitamente superior ao resto do Brasil, a janela de transferência também assusta os principais concorrentes, enfim, tudo vai muito bem, obrigado. Mas tem um motivo específico que faz a diferença: o Flamengo conquistará o hexa porque será o único dos 20 times que jogará 38 jogos pensando no título. O discurso não é esse. O técnico dissimula, o vice dissimula, os jogadores dissimulam. Mas a projeção feita pela comissão técnica, principalmente Caio e Isaías, mostra o que o Flamengo veio fazer nesse campeonato.
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A derrota pro América fez com que o campeonato brasileiro, pro Flamengo, começasse na primeira rodada, ao contrário de Fluminense, Vasco, Botafogo, São Paulo, Santos, Inter e Sport. Jogar 3, 4 ou 5 rodadas a mais que seus concorrentes diretos pode, claramente, significar ser ou não campeão. Ou seja, jogaremos os 38 jogos, enquanto tem time que jogará 30, no máximo. Sempre pensando no título porque as contas apresentadas na Gávea mostram isso. O campeonato foi dividido em 5 blocos: 4 com 8 jogos cada, e 6 no último bloco, o sprint final. As taxas de aproveitamento esperadas são de 83% pros jogos em casa e 50%, fora.
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No ano passado, tivemos o melhor desempenho em casa (79%), acima do São Paulo, vice nesse quesito (contando os jogos em casa, e não jogos como mandante, como muitos fazem). Com o Joel, tivemos absurdos 94%. Assim, o Caio espera um desempenho um pouco acima do ano passado, mas bem abaixo do que o Joel conseguiu, o que mostra o respeito ao nosso milagre. Mas o que importa é que não precisamos daquilo de novo pra sermos campeões. Esses aproveitamentos apresentados por eles indicam 76 pontos ao final do campeonato, mas provavelmente não precisaremos disso tudo pra levantarmos a nossa sexta taça. Em relação aos jogos fora, isso é algo pra ser analisado, pois o Flamengo ainda não pisou firme nesse terreno pra lá de ardiloso, com apenas um jogo fora, nessas seis primeiras rodadas. Vendo o desempenho geral, não penso que repetiremos nesse ano a nossa notória incapacidade fora do Maior do Mundo.
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Mas, mesmo assim, 50% fora é muita coisa. Ano passado fomos Bronze com 29% fora. O primeiro lugar foi o São Paulo, com 63%, mas o Flu, vice-fora, ficou com apenas 46% dos pontos disputados. Ou seja, o desempenho são-paulino motiva, pois temos time pra isso, mas é bom ver que ganhar fora como se ganha em casa é tarefa muito mais inglória do que parece. O São Paulo venceu o Santos, na Vila, o Cruzeiro, no Mineirão, o Grêmio, no Olímpico, o líder Botafogo (em ap.), no Maracanã, o Palmeiras, no Parque Antártica, o Vasco, em São Januário, o Inter, no Beira-Rio e o Sport, na Ilha. Fora os pequenos em seus estádios ainda menores.
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O Flamengo precisa fazer isso pra ser campeão? Claro que não. Um aproveitamento que se mantenha acima dos 40%, em todo o campeonato, basta pro hexa. Foi o que fizeram, no ano passado, Fluminense, Santos, Palmeiras e Cruzeiro. Como vocês podem se lembrar, nada de outro mundo, apenas, na média, 1 vitória, 2 empates e 1 derrota, a cada 4 jogos. E não 2 vitórias em 4 jogos, como quer o Caio. Parece pouco, mas em 8 meses, essa diferença se torna gritante. Com 40-45% fora e o nosso desempenho padrão no Maracanã, seremos campeões. Vale lembrar que na conta oficial da Gávea não há clássicos, apenas casa-fora. Mas jogaremos, entre mandantes e clássicos, 21 jogos no Maraca. E, dos 16 jogos fora do Rio, 12 serão em Porto Alegre, Curitiba, Santos, São Paulo, Belo Horizonte e Recife, onde as coisas são sempre muito complicadas.
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Isso não é uma crítica. É só um monte de números pra sabermos como estamos muito acima do que poderíamos imaginar, pós-Libertadores. Quando o Caio diz que quer esses aproveitamentos, ele está dizendo, implicitamente, que o objetivo não é a Libertadores, ele afirma - sem precisar chocar jornalistas nem adversários com palavras fortes - que a nossa meta atual é ser campeão, e nada aquém disso. É claro que a imprensa não enxerga. Mas nós já percebemos há um bom tempo o que planejam os homens-forte da Gávea. Repetindo o bom e velho grito do grande ano de 1981: "Queremos seis!"
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sexta-feira, 13 de junho de 2008

SE O FLAMENGO NÃO É...

SE O FLAMENGO NÃO É O CAMPEÃO BRASILEIRO DE 1987...
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... então porque a CBF não consegue entregar a Taça das Bolinhas ao São Paulo, penta em 2007 e paciente em 2008?
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... porque a CBF parou de entregar essa mesma taça, que era entregue todos os anos, exatamente em 1993, no primeiro campeonato pós-penta rubro-negro?
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... porque o 1º jogo da final do campeonato brasileiro de 1987, entre Guarani e Sport, teve público pagante de 4.627 pessoas?
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... porque a Rede Globo não transmitiu os jogos do campeonato brasileiro de 1987, apenas da Copa União?
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... porque a CBF organizou a Copa União de 1988 com os 16 clubes da Copa União de 1987, e mais os 7 melhores do Módulo Amarelo (além do América)?
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... porque não houve o rebaixamento de Flamengo e Inter, como tinham prometido os cartolas da época?
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... e é apenas campeão da Copa União, ele também não foi campeão brasileiro em 1980 (Copa Brasil), nem em 1982-83 (bi da Taça de Ouro)?
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... então o Bahia também não é campeão de 1988, pois também ganhou uma Copa União?
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... então porque a CBF vai entregar pro Flamengo, no fim do ano, as duas taças juntas, do penta e do hexa?
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(E VIVA SANTO ANTÔNIO!)

terça-feira, 27 de maio de 2008

O JAÍLTON É MATADOR

FLAMENGO 2x1 INTERNACIONAL
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Eu não sei se estou tentando fazer uma análise fria dos fatos ou se apenas quero aparecer, mas, infelizmente, vou cometer o insano absurdo de defender o Jaílton. As vaias foram merecidas (como todas as vaias da massa), e não, obviamente, por aquele passe errado que esgotou a paciência geral. O Obina pode jogar muito mal um jogo, pode errar um passe daqueles, e não será vaiado. O mesmo vale pro Fábio Luciano, Angelim, Toró, Ibson e tantos outros que conquistaram o respeito da torcida. O Jaílton está bem longe, nesse ano e pouco que está na Gávea, de ter conquistado qualquer coisa, além de reais em depósito em conta corrente. O time inteiro estava horrível, não havia espaço pra jogar, e houve uma infinidade de passes errados. No 1º tempo, o Inter deu uma aulinha de como se deve jogar bola. O Alex, o Fernandão e o Nilmar não arrebentaram porque são talentosos. Havia, taticamente, o esquema perfeito pra que eles fizessem o que sabem. Havia um monte de espaço pra eles jogarem.
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A sorte do Fla foi que fomos pro intervalo só com 1x0. No 2º tempo, a coisa foi outra, com a disposição do time e a marcação pressão pré-acordada, com cada um com a sua função (ou seja, os jogadores correndo certo, bem diferente de antes, quando o Caio mandou o time copiar o Inter e as baratas tontas ficaram suando em círculos). Depois do intervalo, a situação se inverteu: quem ficou sem espaço pra jogar foram eles e, com os berros da arquibancada, a coisa fluiu. O Flamengo precisou de 10 minutos, apenas 10 minutos jogando como o Flamengo, pra vencer um timaço, o futuro vice-campeão brasileiro de 2008. Disseram que o Inter não jogou bem no 2º tempo, mas esqueceram de avisar que, com aquela pressão vinda de baixo e de cima, nem Pelé joga.
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O Jaílton foi o jogador que mais roubou bolas no jogo, com média de 1 roubada a cada 11 minutos. E não foi dos que mais erraram passes no time do Flamengo. Enfim, não teve uma atuação tão ruim quanto pareceu ("Dez minutos sem Jaílton e jogo resolvido"). O problema dele é o histórico, é a falta de confiança que temos no rapaz, é, nesse jogo, o azar do erro de passe, num contra-ataque, logo depois do gol do Inter, de um jogador que ninguém acha que merece jogar na Gávea. Foi a gota d'água que, provavelmente, tirou ele do Flamengo. Eu estou enrolando, mas tenho que dizer: eu gosto do Jaílton. Eu e a mãe dele achamos que o cara é bom. Não é excepcional, não está acima da média. Mas também não está abaixo dela, como o Diego, por exemplo. Talvez ele não seja um cara pro Flamengo, ainda mais com esse elenco de hoje, com Toró, Rômulo, Cristian, Jônatas, Gavillán...
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O problema do Jaílton, basicamente, é o excesso de faltas que ele faz. Mas tem o outro lado: segundo o Globoesporte.com, no campeonato brasileiro, o Flamengo é líder em roubadas de bola. Quase 2/3 desses desarmes é fruto do suor do trio de ferro "Angelim, Jaílton e Toró". O Jaílton é o 6º maior roubador de bolas nessas três rodadas, entre todos os jogadores do campeonato. Levando em conta que o Toró é o líder isolado nesse quesito, e o Angelim está em 5º, chega-se a conclusão simples de que há apenas 3 jogadores mais eficientes que o Jaílton entre todos os adversários do Flamengo, na análise dos desarmes. Ou seja, ele pode ser qualquer coisa, menos ruim. Imagino que ele deva ter vida longuíssima na Série A do Brasileirão. Acho que ele só não tem vaga em 4 times: Flamengo, São Paulo, Palmeiras e Cruzeiro. Nos outros 16, joga fácil, fácil. (É infinitamente melhor que o Ygor, por exemplo, titular tricolor na Libertadores.)
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Sei que o Jaílton é matador. Mata a torcida de susto toda a hora. Mas o time não venceu no sábado porque o Jônatas é melhor do que o Jaílton. Isso, até a Rainha da Inglaterra, a nobre senhora Bete, já sabe. O Flamengo ganhou porque jogou 10 minutos e virou o jogo. O Jaílton e o Jônatas jogam tão diferentes, em posições tão distintas, quanto o Bruno e o Obina. Quanto o Michael Jordan e o Tiger Woods. A mudança de sábado foi tática. A diferença técnica, a genial bola do Jônatas, ajudou muito, mas não foi ele que ganhou o jogo. Nem foi o Jaílton que perdeu o 1º tempo.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

POR QUE, DE NOVO, O ABSURDO NOS ACONTECE?

FOI IGUAL AO ANO PASSADO. SERÁ IGUAL NO ANO QUE VEM?
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Como explicar o inexplicável? A derrota de ontem, pro lanterna do campeonato mexicano, num Maracanã com mais de 50 mil pessoas, nem o América esperava. 3 a 0, então, surpreendeu até o Barbosa, independente de onde ele esteja. Vários analistas de plantão deram as suas versões pro ocorrido, e a imensa maioria dessas análises foram rápidas e fáceis. Pode-se dividir esses analistas em três categorias.
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A primeira categoria trata do analista de resultado (exemplo: Muricy Ramalho). Não viu o jogo, não viu o compacto, não viu os melhores momentos, não viu nem os gols. Soube do resultado pela imprensa e, imediatamente, formou a sua opinião. Ele já sabe que o Flamengo menosprezou o América, que achou que a classificação estava garantida lá no México e recebeu a punição que deveria ter recebido. Falta de respeito, no futebol, dá nisso.
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A segunda categoria é referente ao pós-analista (exemplo: Eric Faria). Viu o jogo, se surpreendeu com o que aconteceu, e logo após o fim da partida começou a questionar tudo o que ocorreu nos últimos três dias na Gávea, associando as festas à derrota de ontem. Mas ele acompanhou todas as comemorações e festejos desde o domingo, e não disse nada, só respaldou as celebrações em suas matérias diárias. Ele só sugere o porquê da derrota após ela acontecer. Antes, ele prefere manter segredo.
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E a terceira e última categoria, a que eu prefiro, é a do analista boquiaberto (exemplo: Sérgio Noronha). Não sabe o que dizer, não tem o que falar, apenas está catatônico com a catástrofe. Se sente tão culpado pela derrota quanto os jogadores, e acha que todos deveríamos ter dado mais atenção a esse confronto.
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Todos estes analistas estão cobertos de razão, como sempre, e tivemos ainda algumas outras opiniões: o Lédio Carmona disse que o Flamengo jogou muito mais, correu, tentou, lutou, mas tudo deu errado, e o América se aproveitou de uma noite rubro-negra extremamente infeliz. Já o Joel achou que eles fizeram um monte de gols com a bola resvalando em alguém e caindo no saco, enquanto o Cristian classificou os gols tomados como “bobos”. (Eu já acho que bobo sou eu, que fui ver esse jogo.)
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O milagre mexicano, ou a catástrofe rubro-negra, começou a se desenhar há muito tempo atrás. Desde a formação do universo que o Flamengo vive de ataque. Qualquer time rubro-negro, em qualquer situação, dentro de casa, tem que atacar, tem que ganhar, tem que golear, massacrar, detonar... E é isso que alimenta a torcida. A alma rubro-negra vive de pressão, muita pressão em cima do adversário, sempre. Desde Adão e Eva as coisas funcionam assim na Gávea. E isto é ruim?
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Impossível avaliar. Até porque todas as conquistas nossas foram baseadas nessa forma de existir. Tudo que o Flamengo levou pra casa, ele levou assim, pressionando, buscando e mordendo. E muita dessa pressão vem da arquibancada. O torcedor obriga o time a avançar, a agredir, a atacar. E foi desta forma que construímos a maior torcida do mundo – solidária na saúde ou na doença, até que a morte nos una na eternidade.
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Portanto, esse é o nosso melhor: a necessidade de vencer, mesmo quando não precisamos. Mas é fato que essa busca, incontrolável e obsessiva, tem nos custado campeonatos importantes. O Flamengo se expõe em situações absurdas, quando essa exposição excessiva só interessa ao adversário, que é presenteado com a possibilidade de contra-ataques, quando o normal seria ele ter que se expor. Mas no Flamengo não, ninguém precisa correr riscos, porque nós os corremos por nós mesmos e por quem mais quiser.
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No dia 2 de Maio de 2007, às 11 horas da noite, estávamos nas oitavas da Libertadores, no intervalo de Defensor 1x0 Flamengo. Na mesma hora, pela mesma competição, tínhamos o mesmo 1x0, no Morumbi, pra São Paulo x Grêmio. Ou seja, cariocas e gaúchos estavam exatamente iguais. Jogando a primeira partida fora de casa e tomando de 1x0 no intervalo. Os técnicos dos times que estavam perdendo foram entrevistados pela Rede Globo, que fazia os dois jogos ao vivo. O Ney Franco disse que iria trocar um ou dois jogadores, e o Flamengo viraria aquele jogo mole. O Mano Menezes falou que o jogo estava bom daquele jeito. O Ney, que achou aquilo ruim, mandou o Mengão pra frente e tomou de 3x0. O Mano, com opinião contrária, segurou o São Paulo e garantiu uma derrota mínima. Nos jogos da volta, uma semana depois, ambos os times, Flamengo e Grêmio, ganharam em casa por 2x0. O Mengão dançou, o Grêmio não.
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No dia 26 de Novembro de 2000, o Cruzeiro estava nas oitavas do campeonato brasileiro, e jogava o jogo da volta contra o Malutrom, no Mineirão. Na ida, no Paraná, o Cruzeiro ganhara de 3x0, e, logo no início do jogo em Minas, abriu o placar e resolveu cozinhar o resto da partida. Bola pra lá, bola pra cá... Faltando 5 minutos pra acabar o jogo e o confronto, o Malutrom empatou e o Mineirão inteiro, lotado, que tinha ido lá pra ver um show, começou a vaiar. O Felipão não entendia direito o que estava acontecendo. Pro gaúcho, o jogo estava 4x1 pro Cruzeiro, o que seria motivo de festa. Pro mineiro, ocorria ali um empate vergonhoso contra um time medíocre, e em casa! O choque cultural foi intenso, e não houve solução. O Felipão pedia pras pessoas aplaudirem e a arquibancada vaiava. (A mesma coisa aconteceu anteontem, no Maracanã, entre outro técnico gaúcho e vários outros torcedores cariocas.)
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Em 1996, no Brasileirão, o Grêmio brigava pelas primeiras posições na tabela quando foi jogar contra o quase rebaixado Fluminense no Olímpico, precisando de uma vitória simples pra se classificar: venceu por 4x2 e teve festa na arquibancada. Pois bem, nos três jogos seguintes, o Grêmio de Felipão perdeu três vezes e voltou ao Olímpico, na última rodada, pra jogar contra o Goiás, que precisava da vitória pra garantir a sua classificação. Ou seja, o Goiás tinha que vencer, mas o Grêmio não. O jogo foi 3x1 pros goianos, a quarta derrota seguida do tricolor gaúcho e... Festa na arquibancada! Assim são os gaúchos, assim são os uruguaios, assim são os argentinos.
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Nós, cariocas e rubro-negros, temos uma história no futebol muito distinta e, por isso, vemos o jogo completamente diferente. Conquistamos muita coisa assim e ainda temos muito a ganhar com isso. Mas não a Libertadores da América.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O PRIMEIRO DOMINGO RUBRO-NEGRO

O DIA EM QUE A NOSSA SAGA COMEÇOU
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A primeira final de campeonato carioca não estava prevista no regulamento. Em 1921, Flamengo e América terminaram a disputa por pontos corridos, em turno e returno, empatados com 15 pontos ganhos. Um jogo extra foi realizado pra decidir o título carioca, em 4 de setembro de 1921, nas Laranjeiras (tinha que ser na casa do papai), lotada de flamenguistas nos assentos mais baratos, há dois dias esgotados. A gana rubro-negra, a fome de finais, começou aí, quase sem querer. Era a primeira final do Flamengo, e a primeira do Rio. O América fez 1x0, num frango do ídolo Julio Kuntz, tão famoso e competente quanto o Bruno. A dez minutos do fim do jogo, o Flamengo empatou com Nonô, o centroavante de 2 metros de altura, e artilheiro do campeonato, forçando a prorrogação. Quando, aos 7 minutos do tempo extra, Avellar, do América, matou a bola no peito pra sair jogando e errou o domínio, a bola fugiu procurando um rubro-negro. O chute certeiro, de primeira, de Aníbal Médici Machado, o Aníbal Candiota, deu o título ao Flamengo e, muito mais do que isso, fez com que aquele clube rubro-negro se encontrasse com o seu futuro de glórias em jogos decisivos, em finais, e em estádios abarrotados de gente.
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Mas era apenas o primeiro domingo rubro-negro.

terça-feira, 6 de maio de 2008

O FIM DA HISTÓRIA

O MANEQUINHO DEVERIA SER MAIS MANIQUEÍSTA
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O Romário disse, há algum tempo atrás, que poucas pessoas entendem o que significa o Eurico Miranda pro Vasco. Quando ele, Romário, começou a sua carreira, a mentalidade vascaína era uma. Após a sua volta ao Vasco, em 2000, ele notou que havia algo de novo na Colina. Em sua primeira passagem, o Vasco conquistara vários títulos e perdera outros tantos. Mas, segundo o Romário, a segunda-feira pós-derrota era um dia quase normal, quase-nada-demais. Era ruim perder? Era péssimo. Mas o técnico continuava técnico, o vice de futebol estava sempre tranqüilo e o presidente não sofria pressões. Não havia caça às bruxas nem brigas internas. Uma semana depois, ninguém mais lembrava do que tinha acontecido. O Romário, após a sua primeira saída, ficou 12 anos longe de São Januário.
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Nesse período, o Eurico Miranda ganhou força, se tornou "presidente vitalício", e deu ao Vasco o maior time e a maior fase de conquistas de toda a sua história. Mas isso todo mundo sabe. O que só o Romário viu, foi a mudança de paradigma, de referência. O Vasco, segundo o baixinho, se comportava agora exatamente como o Flamengo, nos 5 anos em que ele ficara na Gávea. Podia ganhar, ou perder. Mas, em caso de derrota, até o porteiro era demitido. Sempre foi assim na Gávea, e assim passava a ser em São Januário. O inconformismo com a perda, ou a necessidade da vitória, passava a ditar os rumos dos vascaínos.
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Mudar a mentalidade de um time, de um clube e, principalmente, de sua torcida, é coisa pra ser feita em décadas. O Eurico fez em alguns anos. O José Carlos Araújo disse uma vez que tomou um susto quando viu algo que nunca tinha presenciado antes: um grupo de meninos, todos com a camisa do Vasco, num bairro da zona sul do Rio de Janeiro. O Romário já estava de volta ao Vasco nessa época, e provavelmente se assustou também. Porque é a intolerância com a derrota que gera a busca incansável pela vitória. E, com isso, você cria conquistas e forma novos torcedores. (E é essa gana que faz uma torcida comprar 50 mil ingressos em um único dia de vendas, que faz um lateral direito comemorar, com raiva, uma falta mal batida pelo adversário.)
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Não tenho absolutamente nada a favor do Eurico, mas é difícil arrumar argumentos contra um depoimento desses, de alguém que conheceu dois Vascos, e que conseguiu expressar o abismo de diferença que havia entre eles. Hoje em dia, por exemplo, o Vasco está numa fase horrível, sem títulos há 5 anos. E, exatamente por isso, toda a hora cai um coordenador, volta e meia um técnico é demitido. Tem gente que acha isso errado. Eu penso que não é uma questão de avaliação de planejamento, é simplesmente a forma como o clube se vê diante de um sucesso ou um fracasso. No Flamengo, por exemplo, esse título carioca de 2008, inclusive por ser o trigésimo estadual do clube, pôs no paraíso todos aqueles que participaram da conquista. Mas, se tivessem perdido as duas partidas das finais, nem o massagista ficaria vivo. Ou seja, não há meio termo, não há dúvidas: ou os caras são os heróis da massa, ou vai todo mundo pro buraco. Sempre foi assim no Flamengo, e, desde o Eurico, é assim no Vasco. (Trata-se do maniqueísmo de resultados.)
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Mas, por incrível que possa parecer, eu estou aqui pra falar do Botafogo. General Severiano que se cuide, pois essa festa toda que a torcida está fazendo pro Cuca e seus jogadores é altamente louvável, digna e mostra o quanto essas pessoas se identificam com quem trabalha sério pelo clube. Mas, por outro lado, essa dedicação efusiva pode estar escondendo uma resignação coletiva que funciona como uma âncora no pescoço do manequinho. O conformismo alvinegro não me surpreende, mas mostra como somos diferentes, e o que essa diferença representa. Porque a resignação é irmã gêmea da complacência. E os condescendentes torcedores alvinegros podem estar dando o aval pra última tacada: "Fique Cuca, fique quanto tempo você quiser, pois aqui no Botafogo, a simpatia, a hombridade, o respeito e o caráter nos bastam. Ganhar ou perder é o que menos importa."
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"Não acho o fim do mundo ter perdido essa decisão." Essa é a frase que está num blog da torcida do Botafogo, na Globo.com, e exprime exatamente o que estou dizendo. A questão é que essa simpatia incondicional com o fracasso, queiram ou não, uma hora, cansa. Depois de longos períodos de derrotas consecutivas, qualquer um perde a paciência e, simplesmente, não tem mais força nem pra reclamar. O torcedor pára de comprar ingressos, desliga a televisão e vai cuidar da sua vida. Ele pára de se importar e, claro que sem querer, empurra o clube rumo ao inferno. Este sentimento geral dos alvinegros, nesta segunda-feira pós-derrota de campeonato pro seu maior rival, contrasta drasticamente com o sentimento padrão do rubro-negro, que morre, na arquibancada do Maracanã, a cada título perdido. O fim da história de glórias botafoguenses parece estar cada vez mais próximo, porém, na verdade, mais cedo ou mais tarde, e por bem ou por mal, o torcedor do Botafogo vai entender, como o rubro-negro e o vascaíno já entenderam, que time que pode perder não tem a menor chance de ganhar. (E tudo estará resolvido.)

segunda-feira, 5 de maio de 2008

NASCE UM NOVO CLUBE CARIOCA!

EXTRA! EXTRA!
NASCE UM NOVO CLUBE CARIOCA!
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Nas últimas 10 temporadas do futebol carioca, incluindo 2008, o Flamengo conquistou nove títulos (entra na conta o trigésimo título estadual, conquistado ontem). O Vasco teve quatro conquistas, o Fluminense três, e o Botafogo, umazinha. (O título tricolor da Série C em 1999 não é contabilizado, pois só vale título da primeira divisão.) Com isso, temos o fato de que o Flamengo levou nove canecos e a torcida arco-íris, oito. Aliás, há muito tempo essa disputa está acirrada, entre o Flamengo e o resto, ao contrário do tédio das rivalidades clubísticas individuais, com Vasco e Botafogo disputando para ver quem vai ser o vice do Flamengo, eterno campeão.
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Surge agora a notícia que trará de volta a emoção ao futebol do Rio. Fluminense, Vasco e Botafogo negociam uma fusão, para criarem um clube à altura do Flamengo. Juntos eles teriam mais força política e de patrocínio, pois possuem, somados, segundo a última pesquisa do Datafolha, a metade da torcida rubro-negra, o que já é bastante para bons negócios. E, unidos sob uma única bandeira verde-vermelha-preta-e-branca, com uma cruz de malta grená no meio, eles teriam a possibilidade de disputar com o Flamengo para sabermos quem é o maior papão de títulos no futebol do Rio.
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Vejam como esse clube já nasce grandioso: possui nenhum título mundial, mas tudo bem. Tem uma Libertadores da América, como o Flamengo, seis títulos brasileiros contra cinco do Flamengo, e uma Copa do Brasil, contra duas do Flamengo. Enfim, percebam que a disputa é acirrada: contando apenas esses títulos mais importantes, o resultado fica 9x8 (de novo!) para o Flamengo, ou seja, muito mais emoção em comparação com o que tínhamos até aqui. A grande nova é que, pela primeira vez na história do futebol carioca, teríamos uma rivalidade de verdade, como Corinthians x Palmeiras, Cruzeiro x Atlético, ou Inter x Grêmio.
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A Nação Rubro-Negra (A Maior Torcida do Mundo) dá boas vindas e deseja muita sorte ao recém-nascido ARCO-ÍRIS FUTEBOL CLUBE, o 1º time tetracolor do mundo!

O DIA SEGUINTE

COMO SE COMPORTAR APÓS MAIS UM TÍTULO RUBRO-NEGRO
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Maracanã, 5 de Maio de 2008.
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É muito importante que se criem regras de comportamento pra Massa Rubro-Negra, e assim evitaremos chutes em cahorros mortos. Vou tentar me controlar, mas não garanto nada.
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O TÍTULO FOI MERECIDO?
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O Flamengo terminou o Carioca 2008 com 47 pontos em 20 jogos (78% de ap.) e o Botafogo conquistou 46 pontos em 21 jogos (73%). Fluminense (37 pontos) e Vasco (32) ficaram muito atrás.
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O BOTAFOGO FOI MELHOR NOS CLÁSSICOS?
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O Fogão jogou 9 clássicos no campeonato, venceu 6 e perdeu 3. As três derrotas foram nas três finais que ele jogou contra o Flamengo (Taça GB e finais do Estadual). Contando apenas os jogos decisivos, semifinais e finais, o Botafogo ganhou 3 e perdeu 3 (50% de ap.), e o Flamengo venceu 4 e perdeu 1 (80%). Se avaliarmos só as 4 finais do campeonato, o Flamengo possui 100% de aproveitamento (3 jogos, 3 vitórias) e o Botafogo, 25% (1 vitória em 4 jogos).
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ENTÃO COMO O BOTAFOGO FOI CONSIDERADO O MELHOR EM CLÁSSICOS?
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O Botafogo conseguiu as suas vitórias em clássicos jogando com seu time titular contra os reservas de Flamengo e Fluminense, que disputam a Libertadores. E, principalmente, pelo fato de ser ele, o Fogão, o rei das semifinais do Carioca 2008, com 100% dos pontos conquistados, contra 50% do Flamengo e 17% de Fluminense e Vasco.
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Ou seja, o Botafogo é o melhor semifinalista do campeonato. Ninguém mostrou tanta capacidade de ganhar uma semifinal como o Fogão. Se tivéssemos disputas futebolísticas que acabassem nas semifinais, o Cuca já seria campeão há muito tempo.
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(Quase que eu consigo me controlar.)

MENOS DUAS MENTIRAS PRA CONTAR

AS MENTIRAS ALVINEGRAS SÃO SOLÚVEIS EM ÁGUA
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Maracanã, 30 de abril de 2008.
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A frente fria e a chuva que chegaram hoje ao Rio de Janeiro mostram que as mentiras de Botafogo não resistem a um pingo d'água.
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Mentira:
"O Botafogo é o dono da melhor campanha do Carioca 2008."
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Fato:
O Botafogo tem até agora 15 vitórias, 1 empate e 4 derrotas, em 20 jogos. 46 pontos ganhos e aproveitamento de 76,7%
O Flamengo possui 14 vitórias, 2 empates e 3 derrotas, em 19 jogos. 44 pontos ganhos e aproveitamento de 77,2%
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Mentira:
"O Botafogo é o melhor em clássicos, com 6 vitórias em 8 jogos."
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Fato:
O Botafogo jogou 5 clássicos decisivos, venceu 3 e levou 60% dos pontos em disputa.
O Flamengo jogou 4 clássicos decisivos, ganhou 3 e levou 75% dos pontos em disputa.
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P.s. Em 3 de outubro de 2007, há 7 meses atrás, foi o último jogo que o Botafogo tinha terminado sem fazer nenhum gol. A gente não tem idéia de como é difícil, pros outros times do mundo, parar o ataque do Botafogo. Só Joel Salva.
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P.p.s. Nunca vi na minha vida o que eu vi ontem, numa terça-feira. Na terça da semana passada, as bilheterias estavam vazias. Hoje no Botafogo, a fila ia quase no túnel. No Fluminense, tava subindo o morro, e no Flamengo teve nego esperando 7 horas pra comprar. Mas nenhuma dessas filas chegavam aos pés da fila do Maracanã. Cheguei agora em casa e acabei de ver que venderam ontem 50 mil ingressos, recorde brasileiro de vendas em um único dia. Quantos botafoguenses compraram?

A (DES)IMPORTÂNCIA DO JOGO EM CUZCO

ERRATA EM O GLOBO
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Maracanã, 9 de abril de 2008.
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Ontem, o Jornal O GLOBO publicou a matéria "A importância do jogo em Cuzco", dizendo que o Flamengo não poderia perder hoje no Peru, se quisesse continuar dependendo de suas forças para se classificar na Libertadores. Ou seja, em caso de derrota, dependeríamos do resultado de Nacional x Cienciano para se classificar.
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A Assessoria especial do Jornal O GLOBO (no caso, eu) entrou em ação e mandou um e-mail com as correções, pedindo que uma ERRATA fosse publicada hoje, antes do jogo. O Jornal respondeu este e-mail enviado, pedindo mais detalhes desta maravilha que é a matemática. Em seguida, foram enviados os detalhes requisitados.
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Hoje, em O GLOBO, na página principal do caderno de esportes, está lá, grande e em negrito (ou "granito", dependendo da origem do cidadão) a informação correta: "Mesmo se perder, Fla depende de si". A matéria mostra alguns dos detalhes enviados pela Assessoria. Infelizmente, não mostra todos.
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Mas está muito bom. Encerro como encerrei o meu e-mail para os matemáticos do jornal: "Time que pode perder tem muito mais chances de ganhar".
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Boa sorte a todos hoje à noite,
Tomás.
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P.s. abaixo, os detalhes da matemática:
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----- Original Message -----
From: <
tom...@terra.com.br>
To: <
ton...@oglobo.com.br>
Sent: Tuesday, April 08, 2008 4:15 PM
Subject: Re: Fale com o Jornal O Globo - Editoria de Esportes
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Se o Flamengo perder em Cuzco por 1x0 e vencer o Bolognesi, no Maracanã, por 4x0, ele estará classificado, independente do resultado de Nacional x Cienciano. Porque o Flamengo chegará aos 10 PG com +3 gols de saldo e não poderá ser ultrapassado pelos dois outros concorrentes. Será, necessariamente, ultrapassado por Nacional OU Cienciano, mas nunca pelos dois. Ficará em segundo do grupo e se classificará. A matéria de hoje, em O GLOBO, sob o título "A importância do jogo em Cuzco", diz o contrário. Que se o Flamengo perder no Peru, ele dependerá de uma vitória do Nacional sobre o Cienciano, na última rodada, para se classificar. O que não é verdade. Mesmo sendo derrotado, o Flamengo continuará dependendo apenas de si para se classificar para as oitavas. E depender apenas de si faz toda a diferença. (O Renato Maurício Prado comete o mesmo erro, implicitamente, também hoje, em sua coluna.) Por favor, rapaz, ajude um rubro-negro sofredor. Publique amanhã, antes do jogo, esta correção. Porque eu sei que tudo o que sai em O GLOBO, obviamente, chega aos jogadores do Flamengo. E, volto a dizer, time que pode perder tem muito mais chances de ganhar. Muito obrigado pela atenção.

LIBERTADORES É PRA MAIORES DE IDADE

(SE O FLAMENGO QUISER CRESCER...)
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Maracanã, 7 de Março de 2008.
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Que o Flamengo não existe sem o Maracanã e sua torcida, todo rubro-negro já sabe há muito tempo. Mas a derrota de ontem, 3x0 pro Nacional, no Uruguai, não deixou o Flamengo na situação difícil que estão dizendo por aí, inclusive o papai Joel. Ontem, um empate bastava pro Flamengo "eliminar" o Nacional no jogo da volta, mas papai escalou o time pra ganhar, Toró bateu em criancinha, Léo Moura esqueceu a chuteira na costela do uruguaio, Fábio Luciano confundiu rosto dos outros com tapete, Ibson tentou expulsar o árbitro e o Bruno fingiu que era o Diego. Tudo bem, merda feita, merda passada. Agora, teremos que ficar à frente do Cienciano, pra não depender de ninguém. E a altitude? Ai, meu Deus! Quem poderá nos salvar? O Chapolin salva, mas a história também.
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O Cienciano estreou na Libertadores em 2002 e, até o ano passado, jogou 5 das 6 edições que foram disputadas entre 2002 e 2007. Hoje ele está em sua sexta participação, só ficando de fora em 2003. Das 5 Libertadores que ele jogou, o Cienciano foi eliminado na primeira fase 3 vezes e caiu nas oitavas de final em 2002, ano de sua estréia, perdendo o jogo de ida, em Cuzco, por 1 a 0, pro América do México (que joga em casa a 2.200 metros - altitude que não gera efeitos relevantes). Em 2005, foi eliminado na pré-Libertadores, pelo Chivas Guadalajara (que joga em casa a 1.600 metros), perdendo em Cuzco, tão temida cidade, por 5x1!
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Entre 2002 e 2007, o Cienciano jogou 14 jogos pela Libertadores no Peru, com 8 vitórias e 6 derrotas (57% de aproveitamento). Jogou 12 jogos em Cuzco, com 7 vitórias e 5 derrotas (58% de ap.). E, desde 2005, jogou 7 jogos em sua cidade, com 3 vitórias e 4 derrotas (43%). 43% de aproveitamento, é bom repetir. Número igual ao do Flamengo em seus últimos 6 jogos fora de casa, pela Libertadores (2 vitórias, 2 empates, 2 derrotas. e 44% de aproveitamento). Só que o Flamengo ganhou os últimos 5 jogos no Maracanã e, 100% de aproveitamento, não é um índice pra peruanos.
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O Flamengo precisa crescer e entender que, em jogos na altitude de Cuzco, a qualidade técnica individual berra e os efeitos da falta de oxigênio mia, bem baixinho. Por exemplo, o Bolívar, de La Paz, capital mais alta do planeta, foi a Cuzco e perdeu de 5x1. Obviamente, não sentiu os efeitos da altitude, mas o time é uma porcaria, vai fazer o quê? O São Paulo foi a Cuzco e venceu o Cienciano por 2x0, simplesmente porque o time era bom, ora bolas, e o Cienciano sempre foi uma porcaria em Libertadores.
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O Flamengo tem que se preocupar mesmo, de verdade, com o Boca Juniors, e depois com o Arsenal e o Manchester United. O Cienciano, a gente vai lá, joga e ponto final. Sem dramas, sem levar uma derrota na bagagem, sem perder na véspera. Até porque todos sabem que quem morre de véspera não somos nós e, sim, o peru. (Perdão, tentei muito mas não consegui evitar.)
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O Flamengo foi a Potosí e ainda não voltou. Aquela viagem rubro-negra e o trauma da altitude ainda estão nas declarações de todos na Gávea. A roubada de levantar a bandeira contra jogos em morros só faz com que o time e comissão técnica tenham cada vez mais certeza da impossibilidade de jogar de igual pra igual com o Cienciano em cima da serra. As declarações após a derrota de ontem marcam bem isso. A "situação difícil" ocorre porque o sonho rubro-negro era jogar em Cuzco sem depender deste resultado, ou seja, a brilhante idéia era descartar um jogo na primeira fase da Libertadores. É como se todos os times fizessem 6 jogos e o Flamengo, por opção, jogasse apenas 5. É quase pedir pra ser eliminado. Porque ganhar em casa e perder fora não "elimina" o adversário e, nesta fase, dos outros três concorrentes, o objetivo é eliminar dois. Todos têm um "curinga", um time que não é necessário eliminar, pois o segundo lugar garante a vaga. O Flamengo jogou o curinga fora baseado em uma viagem infeliz, a uma cidade boliviana que fica tão acima de Cuzco quanto Petrópolis está do Rio de Janeiro. Inventaram a inocuidade do jogo nos Andes tendo como base apenas um trauma particular.
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O Flamengo diz que jogar em Cuzco é uma tarefa inglória. Mas só o Flamengo acha isso. O resto do futebol latino-americano sobe a serra peruana, ganha dos caras (se tiverem um time melhor, se fizerem uma boa partida, igual a qualquer outro lugar) e voltam. Nenhum time de futebol, até hoje, sentiu os efeitos da altitude em Cuzco. Aliás, só um sentiu, o Flamengo, que nunca jogou lá.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

ENGENHÃO, A CASA DO OBINA!


MAIORES ARTILHEIROS DA HISTÓRIA DO ENGENHÃO (POR MÉDIA DE GOLS)

1º. OBINA (FLAMENGO) - MÉDIA: 3,00 (3 gols / 1 jogo);
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2º. LULINHA (BRASIL) - 1,50 (3/2);
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3º. DODÔ (BOTAFOGO) - 1,00 (5/5);
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4º. FERNANDO (AMÉRICA), MAZZOLA (ARGENTINA), OMOTOYSSI (BENIN), MAICON (BRASIL), GUILHERME (CRUZEIRO), JEAN CARLOS (FIGUEIRENSE), ALEX DIAS (FLUMINENSE), TIAGO MESSIAS (FRIBURGUENSE), MECHAK (HAITI), ÉDSON (MESQUITA), LEANDRO NETTO (MESQUITA), ESQUEDA (MÉXICO), VELASCO (MÉXICO), RENATINHO (SANTOS), RODRIGO TABATA (SANTOS), ACOSTA (SELEÇÃO DO BRASILEIRÃO), LEANDRO AMARAL (SELEÇÃO DO BRASILEIRÃO) E REGINALDO (SPORT) - TODOS COM MÉDIA: 1,00 (1/1);
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22º. ZÉ CARLOS (BOTAFOGO) - 0,80 (4/5);
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23º. W. PAULISTA (BOTAFOGO) - 0,60 (3/5);
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24º. JORGE HENRIQUE (BOTAFOGO) - 0,50 (4/8);
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25º. LOURIVAL (AMÉRICA), ÉDSON (BOTAFOGO), ALEX TEIXEIRA (BRASIL), IBSON (FLAMENGO), JUAN (FLAMENGO) - 0,50 (1/2);
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30º. JOÍLSON (BOTAFOGO) - 0,40 (2/5);
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31º. ALESSANDRO (BOTAFOGO) - 0,38 (3/8);
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32º. JUNINHO (BOTAFOGO) - 0,33 (2/6);
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33º. ABEDI (BOTAFOGO) E LUCIANO ALMEIDA (BOTAFOGO) - 0,33 (1/3);
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35º. LÚCIO FLÁVIO (BOTAFOGO) - 0,27 (3/11);
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36º. TÚLIO (BOTAFOGO) - 0,22 (2/9).

TOTAL DE GOLS MARCADOS NO ESTÁDIO JOÃO HAVELANGE, A CASA DO OBINA: 59

domingo, 27 de janeiro de 2008

ROGÉRIO CENI, O PIOR GOLEIRO DO BRASIL

E NO MORUMBI...
O PIOR GOLEIRO DO BRASIL
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O Rogério Ceni, quase goleiro do São Paulo, mais uma vez pagou mico fingindo que sabe agarrar. Hoje, contra o Corinthians, correu atrás da bola que nem menina procurando borboleta, deu um gol para o Finazzi e outro para o Lulinha, que não sabem receber presentes. Mas ele não teve uma atuação ruim, pegou exatamente o que sempre pega, ou seja, nada. Como será que se constrói uma imagem de melhor goleiro do mundo sendo, no máximo, o melhor do Mato Grosso?
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Em dezembro do ano passado o Rogério foi o bicho papão da festa do Brasileirão 2007, onde a CBF premiou os melhores do campeonato. Levou o prêmio de melhor goleiro, melhor jogador e o escolhido pela torcida, como o craque do certame. Em 2006, ele também foi eleito o melhor goleiro e melhor jogador do campeonato.
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O Rogério Ceni é aquele cara que todo torcedor gostaria de ver em seu time. É ídolo, nascido e criado dentro do clube, nunca vestiu outra camisa, nem faz mais a menor questão de sair. (Já teve esse discurso, mas passou.) Possui inúmeras virtudes: é o melhor repositor de bola do mundo, exímio batedor de faltas e pênaltis (apesar de ser muito melhor em faltas do que em pênaltis), excelente noção tática, funcionando quase que como um quarto zagueiro de área, na cobertura do líbero, e antecipando lançamentos longos. (É o único time da história em que há cobertura de líbero.) Possui, também, uma característica fundamental para o seu sucesso: só falha seguidamente em jogos menos importantes, e tem muita sorte em jogos decisivos. Ou seja, o sujeito cresce quando o time precisa.
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E ele só tem um defeito: não é um bom goleiro. Sai mal, nenhum reflexo, não se atira para defender uma bola que ainda não foi chutada (coisa que o mestre Marcos ensinou o mundo a fazer e o Júlio César aprendeu perfeitamente), raras grandes defesas, toma muitos gols parado e olhando para a bola e, o pior de tudo, se ajoelha diante de um chute contra a sua própria meta. (Como fez hoje com o Alessandro, que agradeceu e bateu forte, por cima, mas a bola pegou no travessão.) Coisa que ele deve ter visto na televisão, achou bonito, diferente e resolveu copiar, protagonizando cenas ridículas. Ou seja, em todas as atividades que ele faz e que não são específicas de goleiro, ele é ótimo. E tudo aquilo que um goleiro tem que fazer, debaixo das traves, ele não faz. Portanto, afirmo com convicção: trata-se do melhor jogador de futebol do Brasil, disparado, desde a aposentadoria do Romário. Mas é o pior goleiro do Brasil, quando se compara as suas atuações com a certeza geral, ampla e irrestrita de que ele é uma exceção na arte de pegar a bola com as mãos, além da sua notória habilidade com os pés.
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Mas ele é um cara muito bem articulado, divulga uma perfeita imagem de pai, marido e profissional, é político e sereno. O ídolo perfeito que toda torcida e imprensa gostaria de cultuar. Assim, formou-se um grande acordão tácito: "é o melhor goleiro do Brasil". Tem cidadão honesto que diz, inclusive, que ele tem que ir para a Seleção Brasileira. Aliás, na minha época, só tinha frangueiro na seleção, até que veio o fenômeno Taffarel, e as coisas começaram a melhorar. Hoje temos vários goleiros brasileiros melhores que o são-paulino, alguns infinitamente melhores, como o Júlio César, e outros apenas um pouco melhores, como o Doni. Por exemplo, cinco goleiros agarraram muito mais do que ele, neste último campeonato brasileiro: Bruno, Felipe, Diego Cavalieri, Michel Alves e Sérvulo. Mas nenhum desses faz gol, está há 20 anos no seu clube, é exemplo social de pai de família e esposo dedicado, fala melhor que porta-voz da presidência da República, nem tem duas filhas gêmeas, lindas e loiras.
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O Rogério Ceni fez um bom campeonato brasileiro, levando em consideração apenas as suas funções como goleiro? Não sei. O que eu sei é que ele agarrou tanto quanto o Taffarel na Copa de 94. Desde a chegada do Muricy ao Morumbi, a vida do rapaz ficou uma beleza. Defesa sólida, bola que não chega. Se chutar, entra, mas nenhum time consegue chutar no gol do Ceni. Considerando os 7 jogadores do sistema defensivo da seleção do campeonato (1 goleiro, 2 zagueiros, 2 laterais e 2 volantes), dá para se ter uma idéia da revolução muricyana. Em 2006, eram 4 do São Paulo, entre os 7. Agora em 2007, são 5 em 7, além do Muricy Ramalho ter sido eleito o melhor técnico nos dois anos. Portanto, é fácil notar a gigantesca diferença entre a eficiência defensiva do Muricy e do resto do Brasil. Assim, o Rogerinho fica sem trabalho, e agradece.
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Na Europa também tem alguns brasileiros que fazem o Ceni corar de vergonha do seu desempenho debaixo do travessão: Júlio César, Doni, Hélton, Gomes e Rubinho. Chega-se, portanto, à marca de 10 goleiros brasileiros superiores ao "paulistano de coração". Assim, só tem uma forma de conseguir enfiar o quase-goleiro na camisa 1 da seleção: escalando o Júlio César na lateral esquerda, o Doni como zagueiro central, o Bruno de volante, o Hélton de centroavante...
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Veja abaixo "as dez maiores defesas do Brasileirão", segundo a Globo. Tem 9 milagres e uma defesa do Rogério Ceni, que o Cléber Machado achou "sensacional".
É constrangedor o abismo de dificuldade das 9 para a única que conseguiram achar do "melhor goleiro do Brasil".
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http://video.globo.com/Videos/Player/Esportes/0,,GIM763192-7824-N-AS+DEZ+DEFESAS+MAIS+BONITAS+DO+BRASILEIRAO,00.html
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Ansiosamente, espero a máscara cair.
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RESTA 1

Maracanã, 17 de Janeiro de 2008.
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TÁ CHEGANDO A HORA!
RESTA 1
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Desde o Big-Bang, o Fluminense é o líder de títulos do campeonato carioca, e nunca dividiu esta glória com ninguém. Como, apesar de seus cento e poucos anos de história, o tricolor nunca conseguiu um único título internacional (nem Taça Conmebol ele ganhou, o quase-título sul-americano), foi campeão nacional três míseras vezes em 50 anos de disputa e ainda não formou nenhum ídolo no esporte, restou a ele a exclusividade de ser o melhor da história do Rio, desde sempre. Quando eu comecei a entender o que era futebol, o Fluminense tinha 27 títulos cariocas, contra 21 do meu Mengão, 15 do Vasco e 14 do Botafogo. Eu cresci vendo o Fluzão não ser campeão de absolutamente nada, e, depois de 10 anos de longo jejum, o gol de umbigo do traidor deu o 28º título carioca pro tricolor. E, nessa época, o Flamengo tinha 23 títulos, o Vasco, 20 e o Botafogo, 16. Ou seja, os caras não existiram durante uma década e nem assim essa liderança foi ameaçada. Muito pelo contrário, a nossa distância tinha encurtado em apenas um título e o Vasco, que disputava o terceiro lugar com o Botafogo, disparava e encostava no Fla.
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Aquele gol de estômago deu nó nas minhas tripas. Estava claro que não só era quase impossível chegar ao Fluminense e seus trocentos cariocas, como a preocupação passou a ser o Vasco, que levara 5 títulos entre 87 e 94. Mas como o Mengão já tinha o penta, o mundo, Zizinho, Dida, Zico... Essas coisas ajudavam a esquecer a liderança doméstica do papai. Mas o tempo passou, o Fluminense não mudou e o Flamengo sim. Chegamos a 2008, 102 anos depois do primeiro campeonato carioca, do primeiro título tricolor e do início da história que parecia sem fim. Mas, depois daquela fria tarde do inverno de 1995, em que o ventre gaúcho tentou aprisionar os meu sonhos juvenis, a história mudou de direção. Em 12 campeonatos, foram 6 títulos do maior time do mundo, contra apenas 2 de cada um dos outros três times nessa disputa. Vasco e Botafogo ficaram muito pra trás e, hoje, a bundona do Fluzão aparece gigante diante do nosso nariz. Agora, só resta 1. E os deuses trabalham firme pelo trigésimo título rubro-negro e o triste fim da primeira, única e última glória tricolor. O Renato Gaúcho e seus fiéis seguidores têm longos 4 meses pra se vangloriar bastante de um feito centenário. Mas que, de repente, acabou.
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MENOS UMA MENTIRA PARA CONTAR

Maracanã, 17 de Janeiro de 2008.
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MENOS UMA MENTIRA NO MUNDO
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Eu sempre ouvi que a torcida do Flamengo só é grande porque todas as pessoas que não gostam de futebol dizem que são flamenguistas. A torcida arco-íris (e o resto do Brasil também) usa esse argumento para conseguir lidar com o rolo compressor que a massa rubro-negra se tornou. Infelizmente, agora esse pessoal vai ter que arrumar outra história para contar, porque o Datafolha acaba de divulgar a sua última pesquisa sobre torcidas no Brasil, com absurdos 11,8 mil entrevistados.
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Em primeiro lugar, é quase inacreditável que a torcida rubro-negra seja, aproximadamente, o DOBRO do total das torcidas do Vasco, Fluminense e Botafogo, somadas. O Flamengo tem 17% da preferência nacional e o arco-íris carioca soma ridículos 9%. Mas não é para isso que eu estou aqui. Voltando para o assunto desta mensagem, percebam: 84% dos rubro-negros têm interesse por futebol, empatando (tecnicamente) com Vasco (85%) e Botafogo (83%). Mas a torcidinha tricolor não vem no mesmo ritmo, ficando com 75%. E os paulistas também dão banho no Fluzinho: Santos (91%), São Paulo (88%), Palmeiras (87%) e Corinthians (84%) estão um degrau acima.
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Agora vem o melhor. Dos rubro-negros, 17% afirmaram não ter absolutamente nenhum interesse por esta porcaria de futebol. Vasco (15%) e Botafogo (17%) estão no mesmo nível. O Fluzão paga mico outra vez, com 25%. Ou seja, de cada quatro gays, um só vai ao Maracanã para ver show do Pet Shop Boys. E, para finalizar, a resposta absurda: "Não sei". Algumas pessoas disseram que não sabiam se tinham interesse por futebol. Você pode gostar, odiar, ser indiferente, mas não saber? Como assim não sabe? Bem, nenhum rubro-negro respondeu isso, óbvio! Nem corintiano, nem palmeirense, nem são-paulino. Mas o que teve de botafoguense e tricolor com essa dúvida...
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Podem comemorar a morte de mais uma mentira do mundo.
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AZAR DE TRICOLOR

Maracanã, 20 de Dezembro de 2007.
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Branco gelo
VALEU, BRANCO! É O FLUZÃO AJUDANDO UM IRMÃO!
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Resultado do sorteio do Branco, grande lateral esquerdo tricolor, dos grupos da primeira fase da Libertadores 2008:
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Pro Flamengo: ÓTIMO! Se deu bem pra caralho, sem nenhum time forte pra rivalizar. O Nacional tem tradição e o pior elenco da sua história e o Cienciano tem altura e mediocridade. Mengão se classifica em primeiro, mole mole. E quem acha que o Nacional é a segunda força do grupo não tem visto muito futebol.
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Pro São Paulo: BOM! Grupo bom pra paulistada, com uma toupeira paraguaia que vai virar saco de pancada e um colombiano que dificilmente vai dificultar. É provável que o São Paulo se classifique em primeiro lugar, com o Nacional de Medellín em segundo (é o melhor time colombiano).
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Pro Santos: COMPLICADO! Grupo complicadinho toda vida. Técnico novo, elenco novo, vida nova, início de trabalho e só paulada pela frente. Se o Leão não passar, não vou lamentar. Pega o Chivas (que ganha do São Paulo no Morumbi), Cúcuta (que atropelou todo mundo em 2007) e o San José (é porcaria, mas tem o morro pra subir).
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Pro Cruzeiro: BEM COMPLICADO! Pegou a "pré" mais difícil das 6, decidindo o confronto com o Cerro no Paraguai. Se passar, pega um grupo chatinho pra caramba, com o San Lorenzo e o Everest boliviano pra se preocupar.
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Pro Fluminense: ATÉ 2009! Nessa ele se fudeu; o Homem Branco de Gelo sorteou bem pra caralho. E o grupo ficou com duas vagas pra quatro times iguais: 25% de chances pra cada um.
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Grupo 2: Pega-pra-capá do bom, com o Lanús, campeão argentino, duelando com o Estudiantes. E de sobra, o vice-campeão uruguaio Danubio, muito melhor que o Nacional de Montevidéu.
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Grupo 3: Como diz o Ancelmo, parece fácil pro Boca, e é. E, ainda pior, eles são, historicamente, muito melhores no mata-mata do que nos grupos. O jeito será torcer pro Riquelme amarelar contra o Brasil.
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Grupo 5: O River tá na merda. Pega um chileno e um mexicano (que vem sempre forte) e se ficar sem a vaga não será surpresa. Menos pelo grupo e mais pela mediocridade atual do time. E não tem a moleza do Botafogo pra pegar na Libertadores.
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IH, LIBERTADORES, QUALQUER DIA, RUMO AO BI!
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O CLUDE DOS TREZE DIVIDINDO ÁGUAS

Maracanã, 04 de Dezembro de 2007.
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À COPA UNIÃO, O RESPEITO QUE ELA MERECE
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Ontem à noite, como o bom senso recomendava, a CBF não entregou a taça das bolinhas ao São Paulo, legítimo pentacampeão brasileiro. Muita gente concorda com essa premiação, mas precisa saber o que significa defender que o Flamengo tem apenas 4 títulos nacionais e a Copa União de 1987 não foi um campeonato brasileiro, e sim uma outra coisa qualquer. A Copa União representa o fim da ditadura, no futebol, e o fim da ditadura no futebol. Quem declara o São Paulo o primeiro pentacampeão brasileiro tem que saber que está levando de brinde as idéias estapafúrdias de Médici, Geisel e Figueiredo, na condução do maior esporte nacional. Ou o sujeito dá à Copa União o valor que ela merece, ou então pode continuar dizendo que o Flamengo é tetra, e, assim, passa a equilibrar na cabeça o pacote completo da ingerência militar.
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O campeonato brasileiro foi uma invenção do Médici, que, aliás, adorava futebol. O Emílio promoveu a troca de treinador da Seleção em 1969, usou o tri-campeonato de 1970 muito bem e descobriu que um país como o Brasil não poderia não ter um Campeonato Brasileiro de Futebol. Em 1971, pegaram o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, mudaram de nome e criaram o 1º Brasileirão, realizando o desejo do senhor. Qual a diferença entre esses dois campeonatos, tirando o rótulo? Nenhuma. O regulamento do campeonato teve algumas mudanças, mas é bom lembrar que a primeira vez que um Brasileiro não teve mudança nenhuma de um ano para o outro foi agora, em 2007.
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Assim, a razão determina que o título do Fluminense em 1970 é tão brasileiro quanto o do Atlético Mineiro, de 1971. A CBF não reconhece essa conquista tricolor, apesar de nem existir naquela época. Durante a ditadura, o nosso título nacional foi amplamente utilizado para fins não esportivos (Vide a política utilizada em Brasília: "Onde a Arena vai mal, um time no Nacional!"). A CBD, que organizava a competição, não era boba de fazer cocô fora do penico e, assim, chegamos a ter quase 100 times disputando o campeonato, no fim dos anos 70. Os grandes clubes eram os mais prejudicados, tendo que enfrentar equipes semi-profissionais de vários estados sem nenhuma tradição no futebol, mas com deputados muito influentes.
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Em 1979, chegamos ao recorde de 94 times e 22 dos 24 estados brasileiros da época representados no Brasileirão. Tinha Rio Negro-AM, Itabaiana-SE, Guará-DF, Colatina-ES, Novo Hamburgo-RS, era uma festa! No fim de 1979, foi extinta a CBD e criada a CBF, que passou a organizar o campeonato em 1980. Como essa já era uma época menos intranqüila politicamente, com o Figueiredo cuidando dos seus cavalos, os grandes clubes aproveitaram a criação da CBF para pressioná-la por uma competição de verdade, e não um bando de times com regulamentos esdrúxulos (média de renda, por exemplo, chegou a ser critério de desempate).
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Ficou estabelecido que os campeonatos a partir de 1980 teriam 44 times (ainda um absurdo, mas bem melhor que os 94 de 1979), e havia critérios esportivos muito bem definidos (claro que, às vezes, desrespeitados, pois é devagar que se anda). Em 1986 ficou evidenciada a falência moral, técnica e financeira da CBF, de Nabi Abi Chedid e Octávio Pinto Guimarães, os euricos da época. Na prática, o campeonato desse ano teve 80 times e, cansados de convites escusos, manobras de bastidores e muito roubo, os maiores clubes brasileiros fundaram o Clube dos 13, em 1987, para pararem de subsidiar timecos de quinta categoria durante o Nacional. A revolta se deu após o fim da ditadura, já com Sarney no governo. A gente não precisava mais fingir que estava tudo bem.
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A Copa União de 1987 foi idealizada e organizada pelo Clube dos 13, um Campeonato Brasileiro com 16 times, fórmula simples e rentável, como na época em que não havia dedo do governo no futebol. O sucesso de público dessa competição mostrou que não inventar era uma excelente idéia. A CBF, alijada e constrangida, definiu, na quinta rodada do campeonato, que o campeão e vice da Copa União teriam que disputar um quadrangular com dois times do campeonato que sobrou para ela promover, o Módulo Amarelo. "Módulo Verde", aliás, é como a CBF resolveu chamar a Copa União, para criar mais 3 divisões, os Módulos Amarelo, Azul e Branco. Talvez ela achasse a Copa União a mais importante, para chamá-la de "Verde", a "primeira cor" da bandeira nacional.
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Obviamente, não houve o tal confronto e o resto da história todo mundo sabe. Infelizmente, o que não é divulgada é a importância dessa Copa na história do campeonato brasileiro. Depois da Revolta dos 13, oito estados brasileiros nunca mais conseguiram pôr um time no campeonato: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Piauí, Maranhão e Amazonas. E o Espírito Santo só disputou em 1993, com o inchaço promovido para subir o Grêmio para a primeira divisão. A média de times por ano até 1986 era de 50 times por campeonato. De 1987 para cá, estamos em 23 participantes por ano. Ou seja, em média, 27 times por ano foram excluídos da festa, por pura incompetência e incapacidade de disputar a primeira divisão. Cinco estados foram, num primeiro momento, excluídos: Santa Catarina, Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Ceará e Pará. Mas seus principais clubes se organizaram e conseguiram voltar à elite em vários anos.
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O Brasil, enfim, copiava tudo o que deu certo nos grandes centros de futebol do mundo. Fez o seu campeonato realmente enxuto, apenas com os melhores, e resolveu os problemas da exclusão dos incompetentes exatamente como a Europa inteira faz, realizando grandes copas nacionais. Assim, em 1989 estava criada a Copa do Brasil, competição onde todos os grandes jogavam, e era quando vários mínimos clubes brasileiros tinham a chance de não sumir. Portugal, por exemplo, teve essa mesma idéia no fim dos anos 30 do século passado, já copiando o sucesso da fórmula utilizada pela Inglaterra, Alemanha e Itália.
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Em 1987, Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Inter, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco prestaram um serviço eterno e imensurável ao futebol brasileiro. Tiraram, do mais importante campeonato do país, aqueles que entravam por critérios políticos, e não técnicos. E, assim, enterraram a ditadura militar. O atual sucesso em que vivemos foi construído em três tempos: (a) em 1959, com o primeiro campeonato nacional de clubes; (b) em 1987, com a Copa União e a exclusão da corja dos incompetentes e; (c) em 2003, com o turno e returno por pontos corridos, fórmula justa e definitiva e, principalmente, com o respeito às regras e o fim das intermináveis viradas de mesa, fazendo o Botafogo e o Palmeiras disputarem a segunda divisão e voltarem por méritos próprios e apenas esportivos.
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Eu escolhi ficar do lado da Copa União, do Flamengo e do futebol brasileiro nessa discussão. À quem prefere o Geisel, boa sorte.
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