domingo, 27 de janeiro de 2008

ROGÉRIO CENI, O PIOR GOLEIRO DO BRASIL

E NO MORUMBI...
O PIOR GOLEIRO DO BRASIL
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O Rogério Ceni, quase goleiro do São Paulo, mais uma vez pagou mico fingindo que sabe agarrar. Hoje, contra o Corinthians, correu atrás da bola que nem menina procurando borboleta, deu um gol para o Finazzi e outro para o Lulinha, que não sabem receber presentes. Mas ele não teve uma atuação ruim, pegou exatamente o que sempre pega, ou seja, nada. Como será que se constrói uma imagem de melhor goleiro do mundo sendo, no máximo, o melhor do Mato Grosso?
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Em dezembro do ano passado o Rogério foi o bicho papão da festa do Brasileirão 2007, onde a CBF premiou os melhores do campeonato. Levou o prêmio de melhor goleiro, melhor jogador e o escolhido pela torcida, como o craque do certame. Em 2006, ele também foi eleito o melhor goleiro e melhor jogador do campeonato.
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O Rogério Ceni é aquele cara que todo torcedor gostaria de ver em seu time. É ídolo, nascido e criado dentro do clube, nunca vestiu outra camisa, nem faz mais a menor questão de sair. (Já teve esse discurso, mas passou.) Possui inúmeras virtudes: é o melhor repositor de bola do mundo, exímio batedor de faltas e pênaltis (apesar de ser muito melhor em faltas do que em pênaltis), excelente noção tática, funcionando quase que como um quarto zagueiro de área, na cobertura do líbero, e antecipando lançamentos longos. (É o único time da história em que há cobertura de líbero.) Possui, também, uma característica fundamental para o seu sucesso: só falha seguidamente em jogos menos importantes, e tem muita sorte em jogos decisivos. Ou seja, o sujeito cresce quando o time precisa.
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E ele só tem um defeito: não é um bom goleiro. Sai mal, nenhum reflexo, não se atira para defender uma bola que ainda não foi chutada (coisa que o mestre Marcos ensinou o mundo a fazer e o Júlio César aprendeu perfeitamente), raras grandes defesas, toma muitos gols parado e olhando para a bola e, o pior de tudo, se ajoelha diante de um chute contra a sua própria meta. (Como fez hoje com o Alessandro, que agradeceu e bateu forte, por cima, mas a bola pegou no travessão.) Coisa que ele deve ter visto na televisão, achou bonito, diferente e resolveu copiar, protagonizando cenas ridículas. Ou seja, em todas as atividades que ele faz e que não são específicas de goleiro, ele é ótimo. E tudo aquilo que um goleiro tem que fazer, debaixo das traves, ele não faz. Portanto, afirmo com convicção: trata-se do melhor jogador de futebol do Brasil, disparado, desde a aposentadoria do Romário. Mas é o pior goleiro do Brasil, quando se compara as suas atuações com a certeza geral, ampla e irrestrita de que ele é uma exceção na arte de pegar a bola com as mãos, além da sua notória habilidade com os pés.
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Mas ele é um cara muito bem articulado, divulga uma perfeita imagem de pai, marido e profissional, é político e sereno. O ídolo perfeito que toda torcida e imprensa gostaria de cultuar. Assim, formou-se um grande acordão tácito: "é o melhor goleiro do Brasil". Tem cidadão honesto que diz, inclusive, que ele tem que ir para a Seleção Brasileira. Aliás, na minha época, só tinha frangueiro na seleção, até que veio o fenômeno Taffarel, e as coisas começaram a melhorar. Hoje temos vários goleiros brasileiros melhores que o são-paulino, alguns infinitamente melhores, como o Júlio César, e outros apenas um pouco melhores, como o Doni. Por exemplo, cinco goleiros agarraram muito mais do que ele, neste último campeonato brasileiro: Bruno, Felipe, Diego Cavalieri, Michel Alves e Sérvulo. Mas nenhum desses faz gol, está há 20 anos no seu clube, é exemplo social de pai de família e esposo dedicado, fala melhor que porta-voz da presidência da República, nem tem duas filhas gêmeas, lindas e loiras.
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O Rogério Ceni fez um bom campeonato brasileiro, levando em consideração apenas as suas funções como goleiro? Não sei. O que eu sei é que ele agarrou tanto quanto o Taffarel na Copa de 94. Desde a chegada do Muricy ao Morumbi, a vida do rapaz ficou uma beleza. Defesa sólida, bola que não chega. Se chutar, entra, mas nenhum time consegue chutar no gol do Ceni. Considerando os 7 jogadores do sistema defensivo da seleção do campeonato (1 goleiro, 2 zagueiros, 2 laterais e 2 volantes), dá para se ter uma idéia da revolução muricyana. Em 2006, eram 4 do São Paulo, entre os 7. Agora em 2007, são 5 em 7, além do Muricy Ramalho ter sido eleito o melhor técnico nos dois anos. Portanto, é fácil notar a gigantesca diferença entre a eficiência defensiva do Muricy e do resto do Brasil. Assim, o Rogerinho fica sem trabalho, e agradece.
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Na Europa também tem alguns brasileiros que fazem o Ceni corar de vergonha do seu desempenho debaixo do travessão: Júlio César, Doni, Hélton, Gomes e Rubinho. Chega-se, portanto, à marca de 10 goleiros brasileiros superiores ao "paulistano de coração". Assim, só tem uma forma de conseguir enfiar o quase-goleiro na camisa 1 da seleção: escalando o Júlio César na lateral esquerda, o Doni como zagueiro central, o Bruno de volante, o Hélton de centroavante...
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Veja abaixo "as dez maiores defesas do Brasileirão", segundo a Globo. Tem 9 milagres e uma defesa do Rogério Ceni, que o Cléber Machado achou "sensacional".
É constrangedor o abismo de dificuldade das 9 para a única que conseguiram achar do "melhor goleiro do Brasil".
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http://video.globo.com/Videos/Player/Esportes/0,,GIM763192-7824-N-AS+DEZ+DEFESAS+MAIS+BONITAS+DO+BRASILEIRAO,00.html
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Ansiosamente, espero a máscara cair.
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