domingo, 27 de janeiro de 2008

RESTA 1

Maracanã, 17 de Janeiro de 2008.
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TÁ CHEGANDO A HORA!
RESTA 1
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Desde o Big-Bang, o Fluminense é o líder de títulos do campeonato carioca, e nunca dividiu esta glória com ninguém. Como, apesar de seus cento e poucos anos de história, o tricolor nunca conseguiu um único título internacional (nem Taça Conmebol ele ganhou, o quase-título sul-americano), foi campeão nacional três míseras vezes em 50 anos de disputa e ainda não formou nenhum ídolo no esporte, restou a ele a exclusividade de ser o melhor da história do Rio, desde sempre. Quando eu comecei a entender o que era futebol, o Fluminense tinha 27 títulos cariocas, contra 21 do meu Mengão, 15 do Vasco e 14 do Botafogo. Eu cresci vendo o Fluzão não ser campeão de absolutamente nada, e, depois de 10 anos de longo jejum, o gol de umbigo do traidor deu o 28º título carioca pro tricolor. E, nessa época, o Flamengo tinha 23 títulos, o Vasco, 20 e o Botafogo, 16. Ou seja, os caras não existiram durante uma década e nem assim essa liderança foi ameaçada. Muito pelo contrário, a nossa distância tinha encurtado em apenas um título e o Vasco, que disputava o terceiro lugar com o Botafogo, disparava e encostava no Fla.
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Aquele gol de estômago deu nó nas minhas tripas. Estava claro que não só era quase impossível chegar ao Fluminense e seus trocentos cariocas, como a preocupação passou a ser o Vasco, que levara 5 títulos entre 87 e 94. Mas como o Mengão já tinha o penta, o mundo, Zizinho, Dida, Zico... Essas coisas ajudavam a esquecer a liderança doméstica do papai. Mas o tempo passou, o Fluminense não mudou e o Flamengo sim. Chegamos a 2008, 102 anos depois do primeiro campeonato carioca, do primeiro título tricolor e do início da história que parecia sem fim. Mas, depois daquela fria tarde do inverno de 1995, em que o ventre gaúcho tentou aprisionar os meu sonhos juvenis, a história mudou de direção. Em 12 campeonatos, foram 6 títulos do maior time do mundo, contra apenas 2 de cada um dos outros três times nessa disputa. Vasco e Botafogo ficaram muito pra trás e, hoje, a bundona do Fluzão aparece gigante diante do nosso nariz. Agora, só resta 1. E os deuses trabalham firme pelo trigésimo título rubro-negro e o triste fim da primeira, única e última glória tricolor. O Renato Gaúcho e seus fiéis seguidores têm longos 4 meses pra se vangloriar bastante de um feito centenário. Mas que, de repente, acabou.
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